Thursday, July 22, 2010

Um post nada sexy


Hoje ta difícil de escrever, não sei porque! já ensaiei dois posts sobre diferentes assuntos mas foram deletados.


Mas afinal, vamos lá... falei que ia falar do dia que me tornei americana, e disso falarei!

Todo mundo têm histórias pra contar sobre fatos que marcaram épocas distintas nas nossas vidas, como por exemplo o primeiro dia que eu fui em uma festa da minha faculdade, morando sozinha, sem ter hora pra voltar e principalmente sem se preocupar em voltar pra casa engatinhando, ou melhor, sem se preocupar em voltar pra casa. A sensação de liberdade sem tamanho.


Ou o dia que apresentei meu primeiro projeto de consultoria empresarial, o salto alto da roupa social juntamente com a estranha sensação de que empresários bem sucedidos na faixa dos 40 estavam piamente concordando e apostando nas projeções e gráficos de uma recém universitária de 19 anos dissertando com um microfone na mão e um peso de inúmeras toneladas nas costas, me fizeram pensar: caralho meu! Virei gente grande!


Mas então, quando eu ainda estava no Brasil, ficava pensando como seria me sentir no exterior. Fora o cheiro do café no Starbucks nada me fez sentir diferente, para a minha decepção (sobre o cheiro do café do Starbucks falo outro dia).

E tirando o fato da distancia, eu poderia estar em Piratininga (cidade minúscula, vizinha da minha cidade natal Bauru) que ia estar me sentindo a mesma.


Indo direto ao ponto, quando cheguei aqui, assim como a maioria das brasileiras eu tinha meus princípios inabaláveis como:


- pepino se come crú e não se passa pela cabeça de nenhum ser nesse mundo cozinha-lo.

- sal é impreterível em qualquer tipo de comida

- compras pela internet não funcionam

- pessoas vão se aproveitar da situação, honestidade é coisa da utópia Marxista.

-leis de transito não funcionam

- almoço consiste-se de arroz e feijão, no mínimo.


Eis que então me deparo com pepino cozido no jantar, peito de frango da embalagem pro forno do forno pro prato ( tá pra não falar que é totalmente sem tempero você pode optar pelo katchup no seu prato), o carteiro deixando encomendas como computadores e maquinas fotográficas na porta da sua casa e indo embora, sem assinatura sem nada, auto chekin no mercado, onde você scaneia seus produtos, passa seu cartão, põe as coisas na sacola e vai embora e drive thru de banco, tipo Mc donalds mesmo, mas ao invés do Big mac vc faz transações bancarias, sem descer do carro, sem nenhum funcionário ou policial por perto e sem ser assaltado também.

Isso entre tantas outras coisas que fazem diferença num país de primeiro mundo.


E então o efeito esponja começa a acontecer, e você acaba absorvendo o envolta.

Alguns fatos me marcaram mas o principal vem no fim do post.


A primeira coisa que comprei aqui quando ainda estava em NY, depois do café do Starbucks, foi alguma coisa com manteiga de amendoim no restaurante do hotel.

Eu ouvia falar tanto dessa maldita manteiga de amendoim que a vontade de experimentarnão era maior do que foi o asco por aquela maldita pasta marrom na primeira mordida.

Ainda tentei experimentar denovo na casa da primeira família porque afinal na cabeça deles sanduiche de manteiga de amendoim com geleia é almoço! Só não vomitei porque isso é coisa de menininha, e eu sou muito macho! haha

Esquecido o assunto da manteiga de amendoim, eis que um dia me pego no parque com as crianças, me deliciando com um sanduiche de manteiga de amendoim com geleia. Foi quando caiu minha ficha.. parei de mastigar e pensei: meeeeeu como eu comecei a gostar dessa porcaria?

Foi meu primeiro contato com o "American way of life".


Depois de descobrir que aqui se pode comprar tudo pela internet, desde pizza até namorado ( haha) de me acostumar com o pepino cozido, de entender que os americanos são honestos porque é muito mais fácil do que se encrencar aqui, e descobrir a felicidade de usar esmaltes berrantes nos dedos dos pés, aconteceu o pior!


Antes de eu vir quando conversava com as meninas que já estavam aqui elas sempre falavam do problema das calcinhas americanas. Ou são fio dental ou são de ( quando digo de , digo realmente grandes, e broxantes) , o meio termo aqui não existe. Avisado, eu trouxe inúmeras das minhas calcinhas brasileiras, não que sejam muito sexys mas não parecem fraldas geriátricas.

E depois de chegada aqui, eu não deixava passar o comentário em nenhuma visita a loja de roupas: " meeeeu essas calcinhas são o ó! como alguém pode usar isso?"


Depois de ter 3 ou 4 blusas e todas as minhas calças jeans encolhidas pela maquina de secar, entendi que roupa brasileira não foi feita pra secadora e como as roupas americanas já são maioria isso não foi lá um grande problema.

Mas até ai, minhas calcinhas não tinham mangas nem barras pra encolher, então continuaram indo pra secadora, até que um dia percebi que ou minha bunda crescia descontroladamente, ou sim, as calcinhas também encolhiam!


Pois é, a cagada estava feita, então teria que optar: fio dental ou calção de !

Comprei uma do modelo vovó pra experimentar, e me rendi aos confortos da vida sexagenária.

Sim, agora minhas roupas intimas são iguaizinhas as que a minha avó usava! mas um pouquinho mais coloridas.


E quanto eu usei a primeira delas pensei: tá, o que eu mais resistia agora é uma opção própria, virei americana!


E são nessas horas que a vida nos ensina algo, quando colocada na difícil situação como essa ao invés de aderir ao modelo fio dental, sexy e provocante com aquela coisa me incomodando o dia todo apenas para fazer parte do padrão de beleza e sexualidade imposto por uma mídia sem escrúpulos preferi o conforto de passar a usar as fraldas geriátricas e mostrava para toda essa sociedade machista e programada que uma mulher inteligente e com um bom papo apesar do inglês ruim pode ser extremamente sexy mesmo trajando ciroulas!

( Tá bom, viajei na maionese nessa parte! mas foi só pra dar uma descontraída!)


Amanhã é sexta!


Beijos beijos,

Ju - a das calçinhas de !


5 comments:

Rafaela said...

kkkkkkkkkkk
Amei o post...mais que da hora!!
bjuss

Carolina said...

HAHAHA, muito bom!

Bom finde pra vocês :)

Paulinha said...

Hahahaha.
Muito bom!!!
Bjuss

Camila*Luna said...

Eu li todos os posts e sabe que não consigo me lembrar como achei o seu blog.
O que eu mais gostei foi o da montanha russa, sabe que estou me sentindo exatamente desta forma aqui no Brasil, por não saber muito de inglês, por cada noite sonhar em ser aupair, e saber que tenho somente 1 ano e 6 meses para resolver tudo isso.Bjus

Serena Kierzkowski said...

Gostei do estilo do post.

Sentindo saudades de calcinhas no modelo brasileiro é só passar na Victoria's Secret e comprar as calcinhas bikini da linha PINK. E pode colocar na secadora sem problema! =)

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